ATA DA DÉCIMA SÉTIMA REUNIÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 21.07.1993.
Aos vinte e um
dias do mês de julho do ano de mil novecentos e noventa e três reuniu-se, na
Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre,
em sua Décima Sétima Reunião Ordinária da Primeira Comissão Representativa da
Décima Primeira Legislatura. Às nove horas e trinta minutos foi realizada a
chamada, sendo respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella,
Clóvis Ilgenfritz, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Jair Soares, João Dib,
João Verle, Jocelin Azambuja, José Gomes, Luiz Braz, Maria do Rosário, Milton
Zuanazzi e Wilton Araújo, Titulares, e Dilamar Machado, Geraldo de Matos Filho,
Isaac Ainhorn e Raul Carrion, Nao-Titulares. Constatada a existência de
“quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou que
fossem distribuídas em avulsos cópias da Ata da Décima Sexta Reunião Ordinária,
que foi aprovada. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 445, 451 e 453/93, do
Senhor Prefeito Municipal, 01/93,da Prefeitura Municipal de Maquiné, 15/93, da
Secretaria Municipal do Planejamento, e 76/93, da Associação dos Magistrados
do Trabalho da Quarta Região. A seguir, foi iniciada a ORDEM DO DIA, sendo
aprovados os seguintes Requerimentos: do Vereador Artur Zanella, de Voto de
Congratulações com o Banco do Estado de São Paulo, BANESPA, pela passagem de
seus quarenta anos de atividades em Porto Alegre; do Vereador Isaac Ainhorn,
solicitando que seja encaminhado ao Tribunal de Contas do Estado questionamento
acerca dos gastos com publicidade e propaganda na Administração Municipal
Direta e Indireta, este após ter sido encaminhado à votação pelos Vereadores
Artur Zanella, Isaac Ainhorn, João Dib, João Verle e Jocelin Azambuja, de Voto
de Congratulações com a Escolinha de Futebol de Salão Professor Barata, pelo
brilhante trabalho desenvolvido na área esportiva junto aos jovens do
Município, solicitando que seja convidado a comparecer na Casa o Senhor Nilton
Fischer, Secretário Municipal de Educação, a fim de prestar esclarecimentos
acerca de aspectos relativos à educação no Município, solicitando seja o
Período de Comunicações do dia doze de setembro do corrente destinado a
homenagear a Escola Estadual de I e II Graus Presidente Roosevelt, pela
passagem de seu septuagésimo quinto aniversário, do Vereador José Gomes, de
Votos de Congratulações com os Anjos da Guarda do Corpo de Bombeiros por terem
completado um ano de atividades, com o efetivo da Patrulha Tático Móvel da
viatura dois mil duzentos e setenta e nove, composto pelos soldados Joel Elen
Ramos da Silva, Alexandre Henrique dos Santos, Jairo Roberto Brum dos Santos e
Cláudio José Ávila por prestarem um valoroso serviço à comunidade porto-alegrense
na área de segurança pública, com o Tenente-Coronel Dirceu Soares Pereira, por
ter assumido o comando do décimo primeiro Batalhão de Policia Militar. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador Milton Zuanazzi registrou fato ocorrido na Rua São
Manoel, onde um galho de árvore caiu ocasionando a quebra do vidro de um
automóvel, cujo proprietário encaminhou reclamação à Secretaria Municipal do
Meio Ambiente tendo recebido como resposta do Senhor André Puente, Diretor da
Divisão de Administração de Praças e Jardins daquela Secretaria, a informação
de que não houve nenhum pedido de poda por parte da comunidade naquela área.
Registrou ter dois pedidos de providências e um pedido de informações sobre o
assunto, ressalvando ter o ex-Vereador Omar Ferri projeto sobre a poda das
árvores envolvendo a comunidade. Propugnou, ainda, por uma solução que envolva
a comunidade, e não só a SMAM, na poda das árvores como uma forma de
democratização do controle e do cuidado das árvores. Opinou também sobre a
cassação do Governador do Estado do Paraná, Roberto Requião, dizendo que tal
ato envolve todos aqueles que exercem mandatos eletivos no país, afirmando não
existir maior julgamento do que o do voto. O Vereador Luiz Braz disse estar
realizando uma espécie de “prestação de contas” da viagem que fez ao Estado de
São Paulo , onde teve a oportunidade
de visitar as Câmaras Municipais da Capital e de Ribeirão Preto, cidade esta
última que registrou ser administrada pelo PT e onde a Presidência da Câmara de
Vereadores é exercida pelo PTB. Lembrou a necessidade de alternativas ao
transporte por ônibus, ressaltando o trólibus e o metrô de superfície, que não
causam poluição do ar. Registrou o contra-senso que se formou no cenário
nacional com a atitude do PT de votar contra a reposição integral da inflação
mensal em Porto Alegre e a posição no Congresso Nacional desse mesmo partido,
dizendo que essas incoerências refletir-se-ão nas eleições do ano que vem. O
Vereador José Gomes disse que iria dividir sua intervenção em dois momentos.
Primeiramente, agradeceu à Casa e em especial à Presidência e aos demais
Vereadores pela solidariedade e apoio prestados no momento de enfrentamento
com o Tribunal Militar, dizendo que isso fez com que voltasse à luta pela
categoria da Brigada Militar, pois, não é admissível que setores da sociedade
sejam alijados e cerceados em seus direitos. Em segundo lugar registrou a
improcedência dos ataques realizados pelo Jornalista Rogério Mendelski na Rádio
Gaúcha, relativos a uma suposta campanha movida pelo PT contra o Poder
Judiciário. Ressaltou que não se tratava de campanha contra o Poder em questão
e, sim, pela sua democratização, propugnando, inclusive, pela eleição popular
para a Presidência do Tribunal de Justiça do Estado. Por fim, disse que sua
assessoria estava preparando o Programa do PT para enviar ao Jornalista em
questão para que esse não mais cometesse distorções. O Vereador Jocelin
Azambuja registrou o estado calamitoso em que se encontra a ponte sobre o
Arroio Dilúvio, na Avenida Ipiranga, na altura da Vila São Judas Tadeu, onde,
por existirem paradas de ônibus dos dois lados da Avenida em questão, circulam
grandes fluxos de pessoas. Observou que o estado desta ponte coloca em risco a
vida de pessoas e que, a partir de agora, o Executivo Municipal já está
avisado, lembrando, também, que uma questão de tal relevância não pode ser
submetida ao Orçamento Participativo e que essa ponte deve, até mesmo, ser
interditada se necessário. Em COMUNICAÇAO DE LÍDER, o Vereador Isaac Ainhorn
disse estar preocupado com a prática adotada pela Secretaria Municipal da
Produção, Indústria e Comércio no referente às Feiras Modelo, que, por estarem
sendo mal localizadas, acabam por disputar o mesmo mercado já estabelecido
pelos Mercadões do Produtor e pelas Feiras do Povo, experiências estas últimas
registradas como provenientes de outras administrações e que perduram,
independente de posicionamento partidário. Propugnou pela sensibilidade da SMIC
no trato desse caso, citando como exemplo o que vem ocorrendo no Bairro Bom
Fim. Em COMUNICAÇÕES o Vereador João Dib registrou que o binário da Rua Vasco
da Gama é interrompido aos sábados enquanto a população não á sequer
comunicada, classificando tal ato como uma burrice. Comentou livro distribuído
pelo Vereador Clóvis Ilgenfritz, que traz o programa de renda mínima do Senador
Eduardo Suplicy, dizendo não caber tal programa num projeto de iniciativa
parlamentar e, sim, como um plano de governo, que não foi nenhuma vez referido
pelo então candidato à Presidência da Republica do Partido dos Trabalhadores.
Lembrou ainda que o PDS, em Porto Alegre, foi o responsável pelo
estabelecimento da semestralidade antes de todo País. O Vereador Clóvis
Ilgenfritz, lembrou que esta Casa tem se notabilizado por assumir propostas
que não se restringem somente a problemas específicos dos Vereadores e dos
Bairros, ressaltando o poder de representação desta Casa. Lembrou que os
programas de defesa da cidadania devem receber apoio e trabalho por parte desse
Legislativo, dando especial ênfase aos Comitês de Combate à Fome e a atuação
do Vereador Airto Ferronato no sentido de instituir esse Comitê. Afirmou que o
programa de renda mínima é necessário e que toma como um elogio a crítica do
Vereador João Dib, dizendo que Sua Excelência criticava um projeto sem tê-lo
lido, registrando, ainda, que a unanimidade, nesses casos, torna-se
preocupante. Às onze horas e dezoito minutos, nada mais havendo a tratar, o
Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores
Vereadores para Reunião Ordinária amanhã, a hora regimental. OS trabalhos foram
presididos pelo Vereador Wilton Araújo e Luiz Braz e secretariados pelos
Vereadores Milton Zuanazzi e Airto Ferronato. Do que eu, Airto Ferronato,1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada pelo Senhor Presidente e por mim.
O SR. PRESIDENTE (Wilton Araújo): Havendo “quorum”, passamos à
Em votação do Requerimento do Vereador Isaac
Ainhorn, solicitando que seja encaminhado ao Tribunal de Contas do Estado
questionamento acerca dos gastos com publicidade e propaganda na Administração
Municipal Direta e Indireta.
Com a palavra o Ver. Isaac Ainhorn para encaminhar.
O SR. ISAAC
AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nos termos legais e regimentais,
encaminhamos um requerimento ao Presidente desta Casa, no sentido de que oficie
ao Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul para que nos forneça
alguns dados que julgamos relevantes em relação aos gastos com publicidade e
propaganda das administrações municipais nos últimos anos. Aliás, os Deputados
do PT certamente devem ter pedido da Administração Estadual. Pediram porque
tenho a cópia aqui. Então nós gostaríamos de saber quais os gastos com
publicidade e propaganda da Administração Municipal de Porto Alegre, de 1985 a
1992. Esse pedido, Ver. João Dib, pretende, exatamente, fazer um paralelo dos
gastos das diversas Administrações Municipais com publicidade, mas para nós
termos uma avaliação e uma posição científica, Verª Maria do Rosário, nós
precisamos ter os dados, não só da atual Administração, para não cometermos uma
injustiça com a mesma. Então, o nosso objetivo é ver o que gastou a
Administração do então Prefeito Alceu Collares, bem como um ano da Administração
do Ver. João Dib. Então, nós teremos a oportunidade de fazer este paralelo,
porque amanhã nós poderemos dizer que a Administração do PT vem gastando muito,
mais que o Estado do Rio Grande do Sul, até. Mas não tem correspondência na
realidade. Para que não seja um discurso oco, vazio, nós estamos pedindo, na
forma legal, os dados de quem? Do órgão que tem esses elementos avaliados e
julgados que é o Tribunal de Contas do Estado. Nós achamos que é importante,
Vereador-Presidente, nós nos subsidiarmos desses dados que, certamente, nós
teremos muitos fatos interessantes sobre esses gastos com publicidade e
poderemos, exatamente, sustentar, então, com base em fatos, em elementos e
documentos do nosso Tribunal de Contas, as manifestações que queremos fazer no
curso da segunda metade deste semestre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. João Dib.
O SR. JOÃO
DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no sábado, pela manhã, entrei num
supermercado e vi uma enorme pilha de jornais da Administração petista. De
repente a Administração do Partido dos Trabalhadores tem edições maiores que o
Correio do Povo, que é um jornal que tem maior circulação no Estado. De repente
o PT supera o “Correio do Povo”, a “Zero Hora”, nem se fala, o Jornal do
Comércio também, não porque tem menos que o Correio, por isso citei um só. Os
outros do interior do Rio Grande do Sul não dá nem para falar. Eu tive sempre,
nos últimos quatro anos e meio, a curiosidade de saber quanto é que gastavam com
propagandas. Não é a publicidade de editais, é propaganda mesmo. Propaganda
cara, elaborada em jornais, folhetos, impresso a cores tudo da melhor maneira
possível. Trabalham muito bem em matéria de informação; tão bem que as pessoas
imaginam que esta Cidade não tem mais problemas, não tem mais buracos, o arroio
Dilúvio está sendo maquilado, ele não tem condições de escoamento, estão
cuidando do talude mais uma vez; de repente até jogando um pouquinho de terra
dentro do arroio ou sementes de raízes de gramas e outras coisas. Só uma vez eu
vi cumprida a Lei Orgânica que determina a publicação dos gastos em propaganda,
digo, publicidade, pela Administração. Isso foi em julho do ano passado, quando
não era permitido em publicidade gastar mais de um bilhão de cruzeiros. Um
bilhão de cruzeiros em julho de 92. Multiplica isso por, no mínimo, dez, que
deve ser o valor atual ou mais. Eu tenho realmente essa curiosidade. O Ver.
Isaac também tem a mesma curiosidade. Eu só tenho uma dúvida, Ver. Isaac, se
nós não temos condições na Casa, buscando os relatórios anuais entregues na
forma da Lei Orgânica, sessenta dias depois. Eu tenho dúvidas de que o Tribunal
de Contas possa dar os dados desse ano. Eu creio que eles não remetam mês a mês
e sim o relatório do ano todo. De qualquer forma eu encaminho favorável, porque
é preciso que se saiba nesta Cidade porque ela parece tão bonita. Eu quero ver,
mas eu vejo o arroio Dilúvio sendo pintado, colocado lajes novas e não tem mais
condições de escoamento. É um nível só. Tudo cheio de terra, cheio de areão,
lixo depositado ali porque não se draga mais o Dilúvio. Se faz do arroio
Dilúvio uma droga, jogavam tudo dentro de fizeram ilhas dentro dele e agora não
retiram. Não há escoamento. Vamos saber quanto gasta com a publicidade para o
povo pensar que a Administração funciona tão bem. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Artur Zanella.
O SR. ARTUR
ZANELLA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, dentro desta ótica eu gostaria
de estender os convites, se fosse possível, eu faço esse apelo à Bancada do PT,
a elementos da Procuradoria-Geral do Município, porque, como Presidente da
Comissão de Finanças e Orçamentos, pedi ao Sr. Presidente que estudasse a
questão da Lei das Licitações.
Essa Lei das Licitações, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, na minha opinião, deve marcar uma alteração profunda nestas
questões de propaganda, de permutas, de vendas de terrenos, porque se alterou
totalmente a sistemática. E, na minha opinião, não sou advogado, a partir de
agora, toda e qualquer campanha publicitária deve ser precedida de licitação.
Se o Prefeito, se o Governador, sei lá, o Presidente quiser fazer uma nota nos
jornais explicando determinados assuntos, tem que fazer licitação. Isso na
minha opinião é um absurdo, porque ele vai fazer uma publicação respondendo a
um ataque, por, exemplo, um mês depois. Tem que fazer edital para contratar um
jornal ou uma campanha publicitária, e não vale mais aquela pré-qualificação
das agências. Tem que fazer um edital, talvez, para publicar um edital.
Alerto também, Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
sobre as permutas aprovadas pela Câmara Municipal depois de dia 22 de junho.
Neste dia entrou a Lei em vigor, e depois do dia 22 de junho, na minha opinião,
só casos especialíssimos podem sofrer o processo de permuta. Por exemplo,
aquela que nós aprovamos com um prédio para sede ou ampliação do Pronto
Socorro, parece-me que está dentro da legislação. A permuta que aprovamos em
pagamento de áreas que foram ocupadas pela Sertório eu tenho absoluta dúvida se
aquilo é legal ou não, e foi depois do dia 22 de junho.
Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu queria, aproveitando esta oportunidade do Requerimento do Ver. Isaac, solicitar, se fosse possível, à Bancada do PT, que trouxesse ou um representante da Procuradoria-Geral do Município ou de qualquer órgão, ou que o Prefeito assim o designar, mas que trate desse assunto também. Eu vejo que o Deputado Ponte, representante das classes empresariais, que foi relator do IPMF e autor dessa Lei das Licitações, disse que vai alterar alguma coisa sobre compra de material, mas não é só isso. Eu considero e acho que essas campanhas publicitárias, todas elas, devem ser paralisadas, neste momento, para sofrer um processo de licitação, ver qual o jornal que vai publicar, qual a empresa de publicidade que vai ganhar a licitação, para que, depois, então, a partir desse processo todo, se façam essas campanhas, a maior parte delas, diga-se de passagem, sendo um forma de exaltar a pessoa de um Prefeito, Governador ou do próprio Presidente da República.
Então, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu me adito
ao Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn, não oficialmente, mas tentando conversar
com o Partido dos Trabalhadores, para que se trate também da legalidade da
contratação de empresas de publicidade e publicações de campanhas a partir do
dia 22 de junho, que foi o dia em que foi publicada a Lei de Licitações. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. João Verle, pelo PT.
O SR. JOÃO VERLE: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós encaminhamos favoravelmente ao Requerimento Ver. Isaac Ainhorn. Não há nenhuma dúvida de que é importante que se conheçam os gastos em publicidade dos diferentes governos. Porque nós não podemos cair em dois extremos. Em primeiro lugar, gastar quantias muito grandes na divulgação dos atos do Governo, e, por outro lado, têm os governantes a obrigação de dar conhecimento do que estão fazendo, e têm, também, a responsabilidade de fazer campanhas de esclarecimento, de educação, inclusive, da população. Poderia citar o caso do cólera, onde é preciso, sim, alertar muito rigorosamente a população, para evitar que esta enfermidade possa atingi-la. Da mesma forma, poderíamos-nos referir à questão da AIDS, à educação ambiental, por exemplo, e à coleta seletiva de lixo. Teríamos aí uma infinidade de outras questões relevantes e que o Poder Público tem, sim, o compromisso de divulgar, de desenvolver campanhas publicitária, até. Nesse sentido, nós, que representamos o Partido que é hegemônico na Administração Popular, estamos tranqüilos, não só em relação à modéstia dos gastos, mas com a lisura e a sua absoluta necessidade. Então, esse Requerimento pode ensejar a que a Tribunal de Contas não apenas levante os dados, mas que verifique a sua legalidade, e verifique a sua moralidade, e verifique enfim, todos os aspectos que têm a ver com o gasto público. E se, por ventura, qualquer deslize estiver sendo cometido, seria também uma boa oportunidade para alertar o Poder Público. Repito que estou absolutamente tranqüilo, convencido de que os gastos que se fazem, além de modestos, são perfeitamente legais e nenhum problema de natureza moral, ou não, os envolve. É claro que alguns Vereadores de oposição, e alguns políticos oposicionistas, precisam encontrar desculpas para a derrota da eleição, para os bons índices que a Administração Popular goza junto à população, e uma forma é atribuir essa situação aos gastos com publicidade. Nenhuma campanha publicitária pode, durante muito tempo, sustentar nenhum governo, se não houver fatos, se a realidade não respaldar totalmente essa campanha, isso já se sabe, existe a teoria da comunicação que demonstra.
Reitero a nossa posição favorável a esse
Requerimento, e a nossa tranqüilidade em relação aos aspectos que envolvem a
Administração Popular. É bom que se possa comparar os gastos de outras esferas
do Poder Público, como referiu o Vereador proponente, já na Assembléia
Legislativa estariam também sendo requisitadas essas informações em relação ao
Governo do Estado. Penso que isso é importante, a transparência é desejável,
estamos apoiando esse Requerimento sem nenhuma restrição. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Jocelin Azambuja.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, achamos importante o Requerimento feito pelo nobre Vereador Isaac Ainhorn. Até vínhamos trabalhando nesse sentido, e vamos analisar para ver se podemos complementar esse Requerimento, ou entraremos com outro Requerimento solicitando não apenas os gastos desse período, mas os gastos por Secretarias, e os gastos por órgãos de comunicação, ou seja, vamos saber quem recebeu essas verbas, rádio, televisão, jornal. Esse era o Requerimento que estávamos preparando, vamos complementar com o do Ver. Isaac Ainhorn. Queremos saber que órgãos de comunicação se beneficiariam com isto, porque entendemos que hoje os governos, aqui no Rio Grande do Sul, quer estaduais, quer municipais, inverteram a ótica dos trabalhos; hoje se trabalha através dos meios de comunicações, e isso, para nós, é um grande erro. Nós assistimos a isto no Governo do Estado, estamos assistindo no Governo Municipal, onde são colocadas meias verdades, ou inverdade, em matérias pagas, e o povo tem que aceitar essas matérias ali colocadas. Eu sempre tenho dito: é o dinheiro do povo usado contra o povo, os impostos públicos não são cobrados para fazer propaganda para o governo. Esclarecimento de governo é uma coisa. Hoje, até teria interesse em saber qual a dependência que os meios de comunicação tem com Poder Público. Tenho informações de que os órgãos de comunicação, hoje, têm uma grande dependência das matérias do Poder Público. O que não acontece em grandes órgãos de comunicação, com grande independência, como a Folha de São Paulo, o Estado de São Paulo e outros órgãos de comunicação, especialmente escritos, em que não há esta dependência no nível que existe hoje.
Nos países desenvolvidos também não temos essa dependência de publicidade oficial nos veículos de comunicação. O que ocorre aqui no Rio Grande do Sul, é lamentável. Então, tanto o Governo Estadual como o Governo Municipal e outros governos têm gasto verdadeiras fortunas nos veículos de comunicação desnecessariamente. Aí o pessoal fala: “vamos combater à fome e à miséria”. Ora, vamos combater à fome e à miséria botando dinheiro fora, porque os veículos de comunicação precisam de publicidade evidentemente.
As agências de publicidade precisam também, mas
existe um largo campo de publicidade na iniciativa privada que precisa ser
melhor explorado e que, talvez, não esteja sendo, e que não devem ser os órgãos
públicos. Como, por exemplo, e já diziam os nobres Vereadores, a CRT fazendo
propaganda de como discar o “103”, ou a CEEE vendendo luz, e, agora, o Governo
Municipal vendendo os seus conceitos de administração, ou, por exemplo, pegando
um jornal, um cartaz, para falar da gestão democrática e qualidade de ensino,
aí, já colocando o Orçamento Participativo, que querem botar goela abaixo do povo.
Então, nesse processo demagógico de gasto do dinheiro público dizem que tem que
dar dinheiro para as vilas, para os pobres, para a guerra contra a fome, contra
á miséria, os sem-casa, os sem-terra. Espera aí, gente, vamos ver quanto é que
se gasta em publicidade desnecessária, porque um governo que trabalha bem, o
povo vai saber, vai ter conhecimento. Não vai ser através de uma grande mídia
que se vai conhecer o trabalho de um administrador, vai ser realmente o seu
dia-a-dia, no seu trabalho diário.
É por isso, então, que nós vamos complementar este
Requerimento, solicitando, justamente, que seja feita a divulgação dos valores
por órgão de comunicação, quanto que cada órgão de comunicação recebeu neste
período, e quanto cada Secretaria gastou, da Administração Municipal. Sou
grato.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Vamos esclarecer ao Ver. Jocelin Azambuja e ao Plenário que
para isso deverá ser feito novo Requerimento. Não há mais encaminhamentos. Em
votação o Requerimento. Os Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
(Obs.: Foram aprovados os demais Requerimentos
constantes na Ata.)
O SR. ISAAC
AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, na condição de Presidente da
Comissão de Constituição e Justiça desta Casa, gostaria de, nesta Questão de
Ordem, dar ciência do recebimento, pela Comissão de Justiça, de um Requerimento
firmado por 14 funcionários do quadro do Município, da Secretaria Municipal de
Educação, pedindo um pronunciamento sobre a legalidade de um ato que pretende
ser tomado pelo Executivo Municipal nos primeiros dias do mês de agosto, de
extinção do serviço de prédios escolares da SMED. Tendo em vista que, no
entendimento desses funcionários, essa extinção viola o art. 20, da Lei nº
6.099, de 1988, eles pedem um pronunciamento da Comissão de Constituição e
Justiça desta Casa, e considerando que, neste momento, estamos em recesso, para
que já fique do conhecimento de todos os Vereadores, e se dê publicidade a este
Requerimento do ponto de vista das repercussões que poderá causar a extinção
desse serviço, e como a Comissão de Constituição e Justiça poderá examinar esse
assunto no início do mês de agosto, na condição de Presidente, eu gostaria de
dar ciência desse Requerimento de 14 funcionários da Secretaria Municipal de
Educação, exatamente com o objetivo de assegurar que este assunto possa, na sua
plenitude, ser examinado nos primeiros dias, na primeira reunião do mês de
agosto, da Comissão de Constituição e Justiça. Sou grato.
O SR.
PRESIDENTE: Passamos ao período das
COMUNICAÇÕES
Com a palavra o Ver. Milton Zuanazzi.
O SR. MILTON
ZUANAZZI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Fui surpreendido, na semana
passa, na Zero Hora, naquela seção. “O Rio Grande do Sul Reclama”, por uma foto
de um automóvel, com vidro quebrado, e o dono do automóvel reclamando da SMAM
porque caiu uma árvore sobre o carro dele na Rua São Manoel. Na seção há a
própria resposta dos órgãos. O Sr. André Puente, Diretor da Divisão da
Administração de Praças e Jardins da SMAM respondeu que não tinha havido, por
parte da comunidade nenhum pedido de poda ou de remoção de árvore na Rua São
Manoel. Só que este Vereador tinha dois Pedidos de Providências e um pedido de
informação sobre o assunto. O primeiro Pedido de Providências, na Rua São Manoel,
está aqui a cópia nº 272/93, foi feito no dia 27 de abril. Dois dias depois,
houve uma tempestade, as árvores ficaram sobre os fios da CEEE, então fiz outro
pedido, no dia 03 de maio.
Então, ou os nossos Pedidos de Providências estão
demorando a chegar no órgão - o Sr. André Puente não sabia - ou, então, ele
está mal-informado, não leu. Esse é um pedido que a comunidade da São Manoel
tinha me requisitado.
Aliás, esse é um assunto que no início da
Legislatura fizeram um acordo naquele Projeto do ex-Vereador Omar Ferri, sobre
a questão da poda das árvores. Todos estão lembrados. Nós, inclusive,
retiramos, de comum acordo, a fim de reapresentarmos um projeto para esse
problema de podas de árvores, no Município de Porto Alegre. Pode ser que,
novamente, o Projeto do ex-Vereador Omar Ferri tivesse alguns conteúdos que
ferem aos princípios da comunidade ecológica.
Agora, o Projeto do ex-Vereador Omar Ferri tinha um
conteúdo importante que era o de envolver a comunidade no cuidado com as
árvores. A SMAM, está provado, não tem condições de atender esta demanda, por
falta de pessoal, quem sabe. Então, precisamos envolver a comunidade. Como?
Dando tratamento, fazer com que essas pessoas aprendam a fazer as podas. Não
somos nós que pregamos, aqui, a democratização, em todos os sentidos? Por que a
SMAM, somente, pode mexer nas árvores de Porto Alegre? Vamos democratizar o
controle e o cuidado das árvores!
Esses cidadãos, da Rua São Manoel, fazem outra
denúncia, Ver. Isaac Ainhorn. Ali, onde está sendo inaugurado uma loja da Mac
Donald’s, tinha, um pinheiro, uma araucária brasileira, que foi derrubado para
servir de estacionamento. Planado pelos moradores da Rua São Manoel. Foi
derrubado um pinheiro; esses cidadãos estão dispostos a fazer a denúncia.
Disse-lhe que vou fazer a denúncia da tribuna da Câmara. Derrubado para servir
de estacionamento do Mac Donald’s, ali na São Manoel com a Ipiranga. E as
árvores da São Manoel que são todas árvores exóticas estão caindo e caiu em
cima deste automóvel; eu quero deixar aqui neste Pedido ao Líder o PT, nós
precisamos chamar a SMAM, e até quero fazer isso de comum acordo com outros
Vereadores, precisamos achar uma solução melhor para legislar sobre este
problema das árvores em Porto Alegre.
O Sr. João
Dib: V.Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Zuanazzi,
quando V.Ex.ª falou sobre o Mac Donald’s na esquina da Silva Só com a Ipiranga,
pensei que V.Ex.ª falaria sobre aquele divisor físico ali implantado,
inteligente até, mas gastam mal o dinheiro de publicidade. Essa era a obra que
deveria ser avisada para que não ocorresse acidentes. Quer dizer, uma coisa bem
feita e não foi noticiada em lugar nenhum. Eu que não passava por ali, de
repente mudei de itinerário, quando vi meu motorista estava embrulhado como
divisor físico na frente dele, sem que houvesse policiamento, sem que fosse
notificada a população. A população sempre tem que ser notificada, mas talvez a
preocupação do Mac Donald’s para recuperar as dificuldades colocadas para o
alvará, aqui no Centro, tenha feito com que a Prefeitura fizesse o divisor e
não publicasse.
O SR. MILTON
ZUANAZZI: Obrigado Ver. João Dib. Eu deixo aqui aos meus colegas Vereadores
o seguinte: nós vamos ter que legislar sobre este assunto, se aquele Projeto do
Ver. Omar Ferri não servia, não era bom, nós vamos fazer outro com outra
qualidade. Ele tem conteúdos importantes que o Ver. Omar Ferri colocou naquele
Projeto e nós precisamos resgatar esses conteúdos.
Sr. Presidente, tem um tema aqui que necessita de
uma manifestação nossa que é uma espécie de “impeachment”, uma espécie de
cassação do mandato do Governo Roberto Requião, do Paraná. É um assunto sério,
importante, precisa ter a nossa reflexão porque isso eu acho que envolve todos
os cidadãos que são eleitos neste País. Eu escutava com muita atenção a
entrevista do Governador Roberto Requião ontem à noite, onde ele declarava que
as denúncias de exercício de pistolagem por parte de seu concorrente Martinez
não era feito só por um vulgo Ferreirinha, essa que agora é o motivo de seu “impeachment”,
e sim ele apresentou fitas gravadas de várias denúncias havidas contra esse Sr.
Martinez. Se esse cidadão José Martinez, se esse cidadão, Martinez, fosse
realmente um cidadão limpo, honesto, que merecesse alguma credibilidade
pública, quem sabe agora teria o meu aplauso a própria cassação do Governador
Requião. Agora, a história, os fatos, têm que ser mais importantes do que a
letra morta da lei. O fato mostra que o Sr. José Martinez era um homem do
esquema PC Farias-Collor de Mello, no Paraná. E mais, tinha envolvimento com
grilagens de terra. Há montes de processos contra ele. Muito bem, o Governador
Requião e sua equipe de televisão não poderiam ter se utilizado de um cidadão
que se dizia pistoleiro a mando do Sr. Martinez para ganhar a eleição. E a
gente pode falar o que quiser do Governador Requião, mas não pesa, sobre ele,
mácula nenhuma sobre sua honestidade, sobre sua hombridade de homem público,
para trazer de novo à cena política um cidadão maculado como esse Martinez. De
minha parte, estou mandando uma telegrama de apoio ao Governador Requião. Nós
não podemos agir na letra fria da lei. Esse tal de Martinez, que foi derrotado
pelo povo do Paraná - se é que foi derrotado para aparição, na televisão, de um
cidadão como esse Ferreirinha, há outras centenas de provas que na época o
programa do Requião não utilizou, que demonstrava ser ele um pistoleiro e
grileiro de terras e que lá seus assessores de televisão utilizavam aquele
porque acharam um depoimento mais forte - se esse não vale, há outros que
valem. E o tempo veio mostrar que o Sr. Martinez é verdadeiramente um grileiro
e era o homem, no Paraná, envolvido com o esquema PC-Collor de Mello. De forma
que deixo, aqui, este assunto que interessa, sim, ao Paraná, mas também ao
Brasil todo e, principalmente, a nós homens públicos, que estamos colocando
sempre o nosso nome em cada processo eleitoral.
O Sr. José
Gomes: V.Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Milton
Zuanazzi, sabiamente aborda esse assunto e deve saber que a decisão do Tribunal
Regional Eleitoral do Paraná está calcada mais na briga entre o próprio
Governador, que hoje está impossibilitado de exercer o seu mandato, com o Poder
Judiciário, com essa greve dos Juízes que houve lá, quando o Governador foi
para a imprensa denunciar os latos salários dos Juízes. Eu acho que por aí
começou retaliação e nós temos que nos atentar para este tipo de comportamento
de alguns Juízes.
O SR. MILTON
ZUANAZZI: Muito bem, inclusive Ver. José Gomes, eu infelizmente não estava
presente na Moção de Solidariedade que essa Casa prestou a V.Ex.ª e da qual eu
certamente seria mais um componente. Nós passamos por todo um teste de urna, e
não há ninguém que passe por um julgamento mais popular que o voto. O
Governador Roberto Requião já passou várias vezes por este processo, é evidente
que precisamos da lisura do processo eleitoral, é evidente que é essa a nossa
perseguição, que todos os brasileiros querem e nós mais do ninguém. Mas é
evidente que há fatos que muitas vezes ultrapassam à interpretação fria da lei.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Luiz Braz.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu venho à tribuna para fazer uma
certa prestação de contas, de uma viagem, que fiz representando esta Casa, a
cidade de São Paulo e também a cidade de Ribeirão Preto, na semana passada. Nós
fomos a uma Cidade, inclusive governada pelo PT, a cidade de Ribeirão Preto,
que tem a Prefeitura petista; e nova peculiaridade: o Presidente da Câmara de
Vereadores pertence ao PTB.
Uma das coisas que eu sempre pensava que fosse
viável para Porto Alegre, seria o metrô de superfície ou também o tróleibus,
que é alguma coisa que funciona em Ribeirão Preto e funciona já há muito tempo.
Mas nós fomos verificar que, na verdade, o tróleibus que funciona lá no
interior de São Paulo e que já algum tempo atrás surgiu como uma solução para o
transporte coletivo, atualmente é uma solução para o problema do meio ambiente,
porque praticamente não causa nenhum tipo de poluição, ou causa uma pequena
poluição. Mas como é tocado o assunto a energia elétrica, e como a energia
elétrica hoje em dia é um preço muito alto, e, lá no interior de São Paulo, na
verdade, aquela solução, hoje, já está sendo criticada, exatamente por causa do
preço da energia elétrica que está tornando inviável o transporte coletivo de
acordo com o que é praticado na cidade de Ribeirão Preto. Ribeirão Preto é uma
cidade com 400 mil habitantes e tarifa está na casa dos 16 mil cruzeiros; em
São Paulo, quando lá estivemos, a tarifa era 23 mil cruzeiros. Vimos, então,
que na verdade as tarifas em geral não estão muito desencontradas e acreditamos
que tem um estudo em todo o território nacional para receberem uma certa
uniformidade. Acreditamos que as Prefeituras, os sistemas de transportes
coletivos estão um tanto quanto unidos no sentido de fazerem com que as tarifas
não sejam muito desencontradas umas das outras. Em São Paulo, com a tarifa 23
mil cruzeiros, o pessoal já está chiando; o Maluf está sendo duramente
criticado por causa da tarifa do transporte coletivo. E, aliás, foi a crítica
mais dura que encontrei em São Paulo contra o Maluf foi exatamente no setor do
transporte coletivo, com relação ao aumento das tarifas do transporte coletivo
nos últimos tempos. Por isto foi o setor que mais críticas recebeu.
É sempre bom que se vá fazer essas visitas. Eu
visitei a Assembléia Legislativa de lá, que eu não conhecia e meu causou
surpresa ver que a Assembléia Legislativa de São Paulo ainda não é informatizada,
quando já temos a nossa Assembléia Legislativa informatizada há muito tempo e
estamos informatizando a Câmara de Porto Alegre, porque acreditamos que esta
seja a maneira mais óbvia de prestarmos realmente um melhor trabalho a nossa
comunidade, porque teremos uma maior rapidez, todos os dados para prestar
informações, fazermos projetos e para buscarmos a informação necessária. Pois
em São Paulo ainda não existe a informatização nem mesmo na Assembléia
Legislativa. São dados que me causaram surpresa.
Em todos os lugares a que fui, o comentário que não
podia deixar de ser feito era com relação à política salarial. O projeto do
Deputado Paim, aprovado pela Câmara Federal, que está para receber o veto do
Presidente Itamar Franco. Este Projeto, realmente, recebe comentário, acho que
não apenas em São Paulo, como em todos os lugares a que nós vamos. E comentário
geral. Uma das coisas que ninguém consegue entender é exatamente a atitude da
administração petista aqui, no caso de Porto Alegre. Como eu era um elemento de
Porto Alegre que estava visitando aquelas paragens, sempre que tocava em
política salarial, se falava da atitude do PT, do partido como um bloco, aqui,
no caso do Porto Alegre, que acabou rejeitando a política salarial proposta de
reposição de 100% da inflação, quando, na verdade, em todo o território
nacional o PT está buscando que esta reposição possa ser levada adiante.
Inclusive, existe até um certo achincalhe do PT ao Governo Federal, quando o
Governo Federal diz que vai vetar o Projeto e vai propor uma nova política. Nós
já estivemos aqui, várias vezes conversando com o Dr. Tarso, dizendo para ele
também que existe uma incoerência nestas duas atitudes do PT em nível nacional
e do PT em nível local. O Dr. Tarso até concorda, mas ele diz aqui que em nível
local, foi o argumento que ele utilizou, não foi o mesmo argumento que foi
utilizado nas razões do veto, mas foi o argumento que ele utilizou na conversa
que tivemos, aliás, tenho um relacionamento muito bom com o Prefeito Municipal
Dr. Tarso Genro, mas o argumento utilizado foi que se der o 100% de reajuste
aqui, de acordo com o Projeto que nós aprovamos por esta Casa e que mereceu
apenas votos contrários da Bancada do PT, se ele sancionasse aquele Projeto, na
verdade, não iria ter dinheiro depois para que ele pudesse fazer os
investimentos necessários para as obras. Teria que paralisar todas as obras, a
fim de atender apenas a política de pessoal. Acreditando que isto realmente
fosse verdade para Porto Alegre, por que o mesmo que vale para Porto Alegre não
vale também para os trabalhadores em todas as regiões do País? Por que a
política salarial, em nível nacional, tem que ser ditada de forma diferente da
política salarial ditada para Porto Alegre? São aquelas incoerências que, na
verdade, ninguém está conseguindo entender, que não está conseguindo passar por
ninguém, e que depois da votação do Projeto aqui na Câmara dos Vereadores, até
mesmo a Bancada do PT chegou à conclusão destas incoerências, tanto é que já
ouvi comentários de Vereadores no Plenário, diferente daquela posição que foi
tomada naquele dia, lá no Plenário, no dia da votação. Estas são incoerências
difíceis de serem superadas, difíceis de serem contornadas.
Na verdade, são desencontros das políticas, a local
e a nacional, que se refletirão nas eleições do ano que vem, porque a uma coisa
que fica muito clara para nós, quando se faz uma viagem dessas, é que o líder
maior do Partido dos Trabalhadores é aquele que, na atualidade, tem maiores
condições de chegar a Presidência da República. Se fosse feita a eleição hoje,
eu não tinha dúvida nenhuma de que o candidato que estaria mais propenso a ser
votado em maioria pelo público brasileiro seria o candidato petista.
Só que estas incoerências vão enfraquecendo,
sobremaneira, a possibilidade da chegada do candidato petista à Presidência da
República, porque as pessoas vão se fixando nessas incoerências, vão se fixando
nessas posições contrárias do Partido aqui em Porto Alegre e no restante do
País e, de repente, vão começando a analisar as outras falhas do PT e o
candidato Lula da Silva vai acabar sofrendo os maiores desgastes.
Mas dizemos isso apenas como uma espécie de uma
prestação de contas sobre aquilo que nós fizemos nessa viagem da semana passada
no interior da Capital de São Paulo, quando nós fomos em representação da Casa.
Acredito que os dados que nós colhemos por lá, os fatores que nós vimos, que às
vezes até estragam o próprio desempenho dos Deputados da Assembléia, por
exemplo, com a falta de informatização, são fatores que vão servir para que nós
possamos, de uma maneira melhor, contribuir para que esta Casa possa, diferente
daquilo que está sendo feito em São Paulo, na Assembléia Legislativa, fazer com
que os nossos Vereadores tenham condições de oferecer, cada vez mais, um trabalho
melhor para a nossa comunidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR PRESIDENTE: O Ver. José Gomes está com a palavra.
O SR. JOSÉ GOMES: Sr. Presidente e Senhores Vereadores. Quero
dividir o meu tempo em dois estágios.
Primeiro, eu quero agradecer
a esta Casa, em especial ao Presidente e a todos os meu Pares, pela Moção de
Solidariedade, pelo apoio recebido nestes dias em que nós tivemos momentos de
dissabores enfrentando Tribuna Militar.
Esta solidariedade, Srs.
Vereadores, fez renascer em mim toda a vontade e toda a ânsia de continuar
lutando em favor de uma categoria tão sofrida e tão espoliado, que são os
praças da Brigada Militar.
Não se pode admitir, em
hipótese alguma, que uma parte da sociedade não tenha direitos. Não se pode, em
hipótese alguma, conceber que segmentos da sociedade continuem cerceados nos
seus direitos.
E esta Moção de Solidariedade
prestada por esta Casa a este humilde Vereador fez renascer em cada companheiro
brigadiano a certeza e a esperança de que a Justiça se fará nesse caso.
Mas, Sr. Presidente, quero,
voltando ao segundo estágio do meu tempo, fazer um comentário sobre o que ouvi,
hoje pela manhã, do Jornalista Rogério Mendelski, quando este cidadão que usa
de um microfone, que tem um poder enorme, pois é uma emissora que penetra em
todo o Estado rio-grandense, ele fez uma acusação ao Partido dos Trabalhadores
muito séria, dizendo que o Partido dos Trabalhadores está desencadeando uma
campanha de desmoralização contra o Poder Judiciário do Brasil.
Isto seria, na linguagem mais
popular, a maior asneira que um jornalista poderia dizer. Não é verdade que o
Partido dos Trabalhadores desencadeia campanha contra. Não é verdade que
segmentos do Partido dos Trabalhadores tenha isto nos seus programas. O ilustre
Jornalista Rogério Mendelski não conhece o programa do Partido dos
Trabalhadores. Ele, através de sua assessoria ou de informações que tem
recebido, deve estar muito mal assessorado. O que o Partido dos Trabalhadores
quer é a observação, por parte da sociedade, do Poder Judiciário.
Isto não quer dizer que a sociedade deva dizer o que o Judiciário
deva fazer. O que a sociedade precisa saber é quanto de gastos pelo Poder
Judiciário. O que ela precisa saber é o quanto de recursos é gasto pelo Poder
Judiciário. O que ela precisa saber é que o Presidente do Tribunal de Justiça
deve ser escolhido pela sociedade; que o representante do Ministério Público
deve ser escolhido pelos seus pares com a participação da sociedade. Isto não é
campanha de desmoralização. O que está acontecendo no Paraná é em virtude de um
problema ocorrido de reivindicação salarial do Poder Judiciário. O que tem
acontecido no nordeste, e muitos dos senhores sabem, pois têm lido os jornais é
nepotismo. Isso é o mínimo que a gente pode dizer que acontece em alguns
Estados no Poder Judiciário. Isto não é campanha de desmoralização, mas falta
de transparência do Poder Judiciário. É isto que a sociedade tem que cobrar e é
isto que o Partido quer. O Partido não quer fiscalizar os Tribunais nem a Justiça.
Ele quer democracia e exercício da cidadania por todos os cidadãos.
O Jornalista Rogério
Mendelski, na sua ânsia de atacar o PT, o faz diariamente no seu Programa e não
se sabe por quê? E, de repente, até em uma campanha da qual ele diz que o
Partido faz, mas na verdade ele é quem está fazendo ao atacar um partido
político, ele esquece que neste Partido se exerce a democracia. Não venha dizer
que a Erondina não teve os mesmos direitos, que a Luíza Fontaneli entre outros
companheiros que passaram por este Partido e que saíram das fileiras do mesmo.
Este Partido exerce democracia, ele tem instâncias onde os militantes prestam
conta. Não é para um guru, para um cacique, pajé, ou chefe. O Partido é de
todos os filiados. O Jornalista Rogério Mendelski precisa conhecer o Partido
dos Trabalhadores. Ele deveria ir a uma reunião do Partido, pelo menos como
olheiro, para saber o que acontece dentro deste Partido, para que não ande
dizendo asneiras no seu microfone, fazendo campanha de ataque fechado contra
este Projeto.
Ora, no momento em que se
pede o exercício da cidadania, não se pode dizer que o Partido está fazendo uma
campanha contra o Tribunal de Justiça, contra o Poder Executivo, contra o Poder
Legislativo. Engana-se o Jornalista Rogério Mendelski! Estou dizendo isso, Sr.
Presidente, não como revanche, porque eu fui atacado durante uma semana no
programa deste Jornalista sem sequer ser assegurado a mim o meu direito de
defesa, inclusive com informações que ele não conhecia e, muitas vezes, este
mesmo Jornalista nem se dá o prazer de ler a Constituição Federal e a
Constituição Estadual, ao fazer uma crítica. É lamentável que um jornalista com
esse, dessa estripe, use o microfone de uma rádio tão poderosa como Rádio
Gaúcha, que tanto serviços presta à comunidade do Rio Grande do Sul, para
atacar um Partido Político, diuturnamente como ele faz. É lamentável que a
gente tenha que conviver com um cidadão como esse. Mas aceitamos isso como
exercício da democracia, como exercício da cidadania, pois saberemos responder
a ele no momento certo, no momento adequado.
Espero que o Jornalista
Rogério Mendelski vá conhecer o programa do Partido dos Trabalhadores e vá ver
que na íntegra ninguém quer exercer uma campanha de desmoralização do Poder
Judiciário. Espero que, depois que ele leia, porque eu vou mandar, a minha
assessoria está preparando o programa do Partido para enviar ao Sr. Rogério
Mendelski. Ele vai conhecer. Chega ao ponto de dizer nos microfones que esta
campanha está sendo preparada fora do Brasil. Olho o cúmulo da estupidez! Uma
campanha de desmoralização dos Poderes Judiciários preparada fora do País. Acho
que ele está viajando demais. O nobre Jornalista Rogério Mendelski, deve cair
na realidade. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Jocelin Azambuja.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, estivemos na semana passada fazendo uma visita a um local que nos causou muita perplexidade pela situação precária em que se encontra, a convite dos moradores da Vila São Judas Tadeu, que fica ali próxima à Pontifícia Universidade Católica. Aquela vila tem cerca de oitocentos famílias que ali moram, oitocentas casas, mais de três mil pessoas. Naquele local, existe uma série de empresas que circundam ali, a Simpala, a Unidos, a Copagra, posto de gasolina da Shell, a Pontifícia Universidade Católica, departamentos do Governo do Estado que funcionam ali, Escola de Saúde Pública, enfim, tem um trânsito muito grande de pessoas que diariamente atravessam um pontilhão, uma ponte que tem sobre o riacho Ipiranga que, quando os colegas Vereadores passam ali na Ipiranga em direção a PUC ou no sentido contrário em direção ao Centro, verificam que há um pontilhão de madeira. Esse pontilhão, eu convidaria os colegas a atravessarem o pontilhão para ver se têm coragem de passar ali. A qualquer momento vai se dar um acidente gravíssimo, alguém vai cair naquele pontilhão, porque o pontilhão é todo de madeira, está podre, está carcomido pelo tempo. Ali passam, por dia, tranqüilamente mais de mil pessoas atravessando aquela ponte, porque dos dois lados da pista existem paradas de ônibus. Então todo o trânsito daquelas pessoas que se dirigem daquelas empresas para o sentido bairro, atravessam o pontilhão ou, no sentido contrário que vêm para o Centro, que saem dos seus trabalhos ou os moradores da Vila São Judas que dependem só daquele pontilhão para pegar o ônibus para o Centro da Cidade. É uma situação realmente calamitosa em que se encontra aquela ponte, aquele pontilhão de madeira.
Eu, sinceramente, caminhei ali junto com os moradores da Vila São Judas, junto com o pessoal da Associação do bairro e fiquei impressionado ao ver as péssimas condições. Era um dia como agora, a correnteza do riacho Ipiranga é forte e realmente a situação é extremamente grave ali. Exige do Poder Público a imediata atuação, no sentido de resguardar os cidadãos de Porto Alegre, de resguardar aquelas vidas. Os corrimãos aos lados do pontilhão já estão apodrecidos, soltos inclusive, trechos deles estão completamente com as tábuas soltas. O nosso povo não se contrapõe a essas coisas, aceita acontecer um acidente para depois tomar uma atitude. Realmente nos impressionamos com a situação daquele pontilhão e com a situação a que fadadas aquelas pessoas, que poderão sofrer a qualquer momento um acidente grave. Imagino as pessoas se deslocando ou retornando para o seu trabalho, atravessando aquela ponte e caindo no riacho Ipiranga, num dia de correnteza forte, com está acontecendo agora com as chuvas; tranqüilamente teremos perdas de vidas. Sem chuvas talvez as pessoas não chequem a morrer, mas terão, provavelmente, uma grande infecção generalizada, pelas condições sanitárias do riacho no período de seca.
A situação é muito grave ali,
e eu pediria aos senhores representantes do Partido do Governo, ao Executivo
Municipal, que verificassem essa ponte, e que imediatamente tomem as
providências, mas pelo amor de Deus, não vão me responder que isso aí vai ser o
Orçamento Participativo que vai deliberar, porque agora qualquer obra o ser
feita eles querem consultar o Orçamento Participativo. Vamos acabar com está
história, esta ponte não pode esperar nem mais um mês, talvez nem mais uma
semana, deveria até ser interditada, se fosse o caso; isso os técnicos têm que
avaliar. Não vão agora fazer demagogia lá na vila e dizer para o pessoal que
isso será colocado no Orçamento Participativo para o ano que vem.
Não dá para se admitir isso.
Peço, encarecidamente, ao Líder do PT e aos seus Vereadores, para que ajudem
para a solução imediata daquela ponte, porque se ocorrer um fato grave, que
estamos premeditando, pelas condições em que a ponte se encontra, nós teremos
que responsabilizá-los por isso, porque estão alertados, a partir de hoje, para
esse fato; mas não vão falar em Orçamento Participativo para essa obra, como
para tantas outras que têm que serem feitas.
O Sr. João Verle: V.Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Nobre Vereador, registramos com atenção seu pronunciamento e vamos
gestionar junto à Secretaria competente - a SMOV. Com relação a incluir ou não
no Orçamento Participativo, gostaria de esclarecer a V.Ex.ª que quando se trata
de reparação de manutenção não se leva ao Orçamento Participativo. Quando se
tratam obras novas, a população é chamada a contribuir para definir
prioridades; quando é conversão é responsabilidade do Executivo, pois é preciso
que se mantenham em condições adequadas as obras que existem na Cidade. V.Ex.ª
fique tranqüilo que a SMOV vai examinar este problema - se já não o fez para se
evitar um mal maior.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Agradeço as palavras do nobre Vereador João
Verle, que foram muito importantes e esclarecedoras para todos nós Vereadores.
Isso aí não significa Orçamento Participativo. Eu até vou questionar o Sr.
Secretário Municipal de Educação, quando vier aqui, porque as obras da Escola
Municipal Leocádia Felizarda Prestes têm problemas na rede elétrica que podem
causar um curto-circuito a qualquer momento. Não podem ligar todas as luzes à
noite, porque a rede não suporta. Eu entrei com um Pedido de Providências,
junto ao Executivo Municipal para resolver uma série de problemas e a resposta
que me derem foi a seguinte, assinada pelo Secretário do Governo Municipal,
Raul Pont: “Tais solicitações se enquadram nos investimentos que deverão passar
pelo processo de Orçamento Participativo”. Então, fica uma contradição muito
grande.
Estive, na semana passada, na
Escola Municipal Gustavo Hamp, no Jardim Itu, onde vai ser iniciada a obra,
aprovada por esta Câmara Municipal, que vai resolver o problema de
transbordamento do valão do Jardim Itu e, também, o problema de transbordamento
na Baltazar que, em dia de chuva, impede o trânsito e a ligação Porto
Alegre-Alvorada. É uma reivindicação muito importante que fizemos e as obras
parece que iniciam esta semana, já foi criada a comissão de fiscalização. É
muito importante, uma obra que há muitos anos era necessária. Mas bem na frente
da escola existe um pontilhão, uma passagem. O nobre Vereador Henrique Fontana
esteve comigo lá, junto com a Diretora do DEP, e foi solicitado pelo próprio
Ver. Henrique Fontana que a SMOV, que seria o departamento competente,
colocasse um corrimão mais alto. Se os senhores tiverem um filho e virem como
aquelas crianças atravessam aquele pontilhão... O nobre Henrique Fontana, que
não está na Comissão Representativa, não pode estar presente, e a Diretora do
DEP se espantaram de ver as condições de risco em que estão as crianças. Já
caíram duas crianças naquele valão. A ponte não tem as mínimas condições de
comportar a passagem de crianças, e não há proteção. Nós pedimos tão somente,
há quatro meses, que fosse colocado um corrimão e uma parte de tela para
proteger as crianças, como há aqui na Brasil-116, onde há tela para as pessoas
não caírem lá para baixo, na passagem do Trensurb, e também esta tela, uns 3,4
metros para cada lado do pontilhão, para impedir que as crianças caiam dentro
do valão, pois, lamentavelmente, mesmo com a intervenção do nobre Ver. Henrique
Fontana, que esteve conosco na obra, temos as fotos, até hoje não foi feito.
Estão esperando que as crianças caiam dentro do valão. Às vezes se alega que
não há dinheiro, mas há dinheiro para gasta milhões e milhões em publicidade
todas as noites, para dizer coisas que estão sendo feitas em Porto Alegre, e as
coisas essenciais, da segurança do povo de Porto Alegre não estão sendo feitas.
Eu peço ao Ver. João Verle que também interceda, e que na reunião de
Secretários o Prefeito esclareça aos Secretários o que é da competência deles e
o que não é, porque eles não podem ficar dando respostas para nós de que
Orçamento Participativo vai resolver, quando o Líder do Governo diz que não é
assim. Temos que nos achar nisso aí e a Administração Municipal tem que
encontrar os seus caminhos de administrar Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Inscreve-se para um período de Liderança, pelo
PDT, o Ver. Isaac Ainhorn.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Nós temos
manifestado a nossa preocupação com uma orientação que está sendo levada a
efeito pela Secretaria Municipal da Indústria e Comércio da nossa Cidade, em
relação à política adotada para as feiras livres. Há mais de dez anos
constituiu-se na cidade de Porto Alegre os chamados mercadões do produtor.
Esses mercadões do produtor existem em diversos pontos da cidade de Porto
Alegre e têm dado uma contribuição altamente significativa à venda dos produtos
hortifrutigranjeiros a preços consideravelmente menores do que aqueles
praticados pelos supermercados. De outro lado, Sr. Presidente, além dos
mercadões do produtor que existem na Praia de Belas, na Assis Brasil, na Bento
Gonçalves, na Perimetral, na Érico Veríssimo, na Cavalhada, existem também os
feirões do povo que também são responsáveis por esse serviço de abastecimento já
há cerca de 10 anos na cidade de Porto Alegre. A Prefeitura de Porto Alegre, já
há algum tempo, criou um outra estrutura de feiras, que não são os mercadões do
produtor, nem os feirões do povo, ela adotou a criação de feiras-modelos. O que
está acontecendo é que a implantação dessas feiras-modelos, neste momento, ao
invés de servir de distribuição de produtos hortifrutigranjeiros em pontos onde
não são atendidos pelos mercadões do produtor e pelos feirões do povo, serve
para uma disputa., uma vez que estão sendo colocadas em cima dos mercadões do
produtor e dos feirões do povo. Nós achamos interessante as feiras-modelos,
existe uma até que funciona no bairro Bom Fim aos sábados à tarde, não temos
nada contra as feiras-modelos, mas temos contra aquelas feiras-modelos que
disputam espaço em áreas próximas às dos mercadões do produtor e dos feirões do
povo. Cito um exemplo, Sr. Presidente, que é o que está acontecendo na
Restinga. Existe há sete ou oito anos o feirão do povo lá na Restinga. Ao invés
de colocarem uma feira-modelo na Restinga Velha, que não é atendida por nenhum
serviço de venda de hortifrutigranjeiros, Ver. Zuanazzi, o que eles estão
fazendo? Eles colocaram sábado à tarde, no mesmo local, uma feira-modelo, prejudicando aquela tradicionalmente existente.
Outro dado importante, acredito que seja inconscientemente, essa política das
feiras-modelos está atendendo aos interesses dos grandes supermercados. O que
acontece é que essas feiras dos mercadores e produtores, em função dos muitos
anos de atividade, estão conseguindo níveis de participação de produtores e
qualidade e de preços de produtos consideravelmente menores, chega a ser de 1/3
dos preços praticados pelos supermercados. Essas feiras-modelos estão sendo
instituídas em estruturas bem menores sem a qualidade dos produtos que são
vendidos nos feirões do produtor e nas feiras-modelos. Então, o que acontece?
As feiras-modelos não ajudam a concorrência com os supermercados. Eu acho
positiva a observação há pouco feita, da questão de que é economia de mercado.
É verdade, mas no interesse da população nós temos que propiciar preços de
produtos hortifrutigranjeiros e disputar com os supermercados. Os supermercados
hoje estão sentindo o peso e a força dos feirões do produtor e dos feirões do
povo e as feiras-modelos ao invés de disputar espaço com os supermercados, o
que está acontecendo? Como elas são pequenas, elas disputam com os feirões do
produtor e os feirões do povo e prejudicam todo esse sistema que foi criado e
organizado durante anos pelas Prefeituras independentemente dos partidos
políticos. Então, a nossa preocupação é no sentido de que o esforço da
Prefeitura Municipal deveria ser de se integrar com essas estruturas já
existentes, mercado do produtor e feirões do povo, para melhorar a distribuição
nas áreas onde não existem e não criar pequenas feiras paralelas que não
conseguem prestar o serviço e nem disputar com os supermercados. É indiscutível
que esses serviços de feiras-livres, na cidade de Porto Alegre, tanto dos
mercadões do produtos como os feirões do povo, estão praticando preços muito
bons em relação aos praticados pelos supermercados ao ponto de venderem
produtos hortifrutigranjeiros a um terço do valor do supermercados. Portanto, a
nossa advertência, fica aqui a nossa preocupação em relação a esse assunto e a
nossa proposição de que a SMIC tenha uma sensibilidade maior em relação ao
encaminhamento desse serviço de feiras-livres na cidade de Porto Alegre, de que
ele já faz parte, ele já está institucionalizado dentro da cidade de Porto
Alegre. Nós temos que prestigiar essas instituições organizadas pelos
produtores rurais no âmbito da nossa Cidade; começou, lá, em anos anteriores,
com o Dib, depois com o Prefeito Collares e, depois, até o Prefeito Olívio
Dutra. Nós não queremos que desmanchem essa estrutura. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. João Verle. Desiste. Com a
palavra o Ver. João Dib.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quando o Ver.
Isaac Ainhorn falou na feira da Vasco da Gama, eu pensei que ele iria dizer
que, realmente, a Prefeitura não entende nada de vinagre. Os técnicos da
Prefeitura estão nos surpreendendo, quando querem fazer vinagre da 24 de
Outubro com Eudoro Berlink, da D. Pedro II com a Carlos Von Kozeritz. Então,
fizeram um vinagre mais ou menos equilibrado. Realmente, a capacidade de
tráfego para um e para outro lado é praticamente a mesma, só que sábado à
tarde, sem aviso algum, é interrompido na Vasco da Gama, isto é retrato bem
formado da burrice. Agora, tem um retrato aqui, que é o da extravagância. Esse
é o livro que o Ver. Clovis Ilgenfritz distribuiu para todos nós hoje, pela
manhã. Eu não faço leitura dinâmica, mas dá, com esse documento aqui, para
saber por que todo esse Brasil vai mal, porque parece que não há seriedade,
responsabilidade e muito menos competência, parece que as pessoas, numa
posição, pensam de uma maneira e, na outra, completamente diferente. A
coerência é uma coisa que tem que estar presente na vida de todos os homens públicos,
além da seriedade e da responsabilidade. Então, o ilustre Senador Eduardo
Suplicy colocou aqui um Projeto que instituiu o programa de renda mínima,
Artigo 1º: “fica instituído o programa de renda mínima que beneficiará o
imposto de renda negativo a todas as pessoas residentes no País, maiores de 25
anos, que aufiram rendimentos brutos mensais inferiores a 45 mil cruzeiros”.
Esse é o texto do atual Ministro da Justiça, sabe tudo de Imposto de Renda,
porque o Suplicy fazia o suplício de dizer: “Fica instituído o programa de
garantia de renda, que beneficiará as pessoas cujos rendimentos brutos mensais
sejam inferiores a 45 mil cruzeiros”.
O Dr. Maurício Corrêia, que é
o Ministro da Justiça, alterou para “Imposto de Renda Negativo”, e é firme a
sua decisão quando diz que tem que dar, no art 1º, mas no art. 3º do
Substitutivo que ele apresenta, ele escalona até o ano de 2000. Primeiro para
os que têm mais de 60 anos, para chegar ao ano 2000, para os que têm são
maiores de 25 anos, tenham uma renda mínima de 45 mil cruzeiros à época, que
corrigidos, dariam outros valores.
Parece que o único Partido no
Plenário, e que se manifestou contrariamente, foi exatamente o PPR, pelo seu
atual Presidente. O Primeiro registro que quero fazer é a respeito da
iniciativa do projeto, esse projeto, e eu já disse, tanto ao Senador Eduardo
Suplicy, quanto ao Prof. Antônio Maria da Silveira - faço questão de mencionar
este nome pelo respeito que o Prof. Antônio Maria merece -, a idéia desse
projeto não cabe, na minha opinião, num projeto de iniciativa parlamentar, ele
é um plano governo. Quero ressaltar sem ironia que esse projeto, que é um plano
governo, não constava do plano governo do candidato do Partido dos
Trabalhadores na eleição de 89, em nenhuma das apresentações do então candidato
do Partido dos Trabalhadores houve uma referência digna de registro desse
projeto. Por essa razão, por representação por um parlamentar, seja do governo
ou da oposição, de um plano de governo, é na minha opinião, não uma
apresentação indevida, posto que esta Casa é das idéias e da discussão das
mesmas, mas é uma apresentação com o objetivo mais remoto que aquele da simples
aprovação. Mas também, o Ministro Fernando Henrique Cardoso elogiava a
proposição e votou favoravelmente à proposição do Senador Suplicy. Como eu
posso entender, se naquele dia ele queria dar 45 mil cruzeiros para todos os
maiores de 25 anos, e hoje não aceita a reposição, para quem trabalha, do
salário-mínimo? Eu não vou conseguir entender e também não entendo como jogaram
tanto dinheiro fora: 275 páginas para divulgar um projeto que é uma verdadeira
estupidez. Todos em unânimes em dizer que tinha que ser estudado com
profundidade, mas parece que ele não estudou. Vejam, o nobre Ministro da
Justiça diz aqui, dirigindo-se ao Senador Suplicy : “V. Ex.ª foi êmulo,
instrumento motor que impulsionou o Projeto”. Êmulo: é rival, competidor? E o
homem é Ministro da Justiça.
O Sr. Milton Zuanazzi: V.Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) O pronunciamento de V.Exª tem vários conteúdos a serem analisados. Mas
eu vou ficar só na questão da coerência. V.Exª tem razão, realmente a política
brasileira nesses últimos tempos tem sido marcada pela incoerência. Veja V.Exª
agora na votação do projeto de reajuste mensal, quando o PPR , seu partido,
PDT, meu partido, votaram a favor. Eu me recordo lá nos anos de 82, na famosa
Lei 2.012, da Lei 2.024 onde o Deputado Machezan era o Líder do Governo
Figueiredo. Lá, o hoje Ministro Henrique Cardoso, votavam os tucanos pelo
reajuste semestral. Nós íamos às ruas, na época, com essa bandeira e o PDS era
contra. Hoje o PDS na oposição e o Senador Fernando Henrique Cardoso na
situação, ele diz que não pode pagar porque o salário é inflacionário, o PDS
acha que tem que pagar. E assim a incoerência está tomando contra dos partidos,
eu sei que V.Exª é coerente, não é uma crítica a V.Exª, mas infelizmente a
incoerência está tomado conta das atividades políticas no nosso País. Na
oposição é uma coisa e no governo é outra, infelizmente.
O SR. JOÃO DIB: Infelizmente, ocorre isso, Ver. Milton Zuanazzi. É claro que pela tranqüilidade de um passado que eu tenho eu posso dizer que em Porto Alegre o PDS estabeleceu a semestralidade antes de todo o País. A Prefeitura de Porto Alegre instituiu a semestralidade antes de todo o País. Nós fazíamos em maio e em novembro a reposição salarial dos servidores municipais. Depois, com a inflação crescente, o Prefeito Alceu Collares deu a bimestralidade que já tentaram tirar e a Câmara tem mantido. Mas o que me preocupa e me preocupa seriamente é que homens que eu pensei, Senadores, tem aqui o discurso do Senador Paulo Bisol, do Senador Pedro Simon, este último dizendo que a Erondina é que seria candidata à Presidência da República e não o Lula, e que ele se cuidasse. Isto é brincadeira.
Falando em citações, há aqui
um poema do Martin Luther King, e este eu acho que realmente vale a pena ser
lido. E, Prof. Jocelin Azambuja, V.Ex.ª que se interessa pelo ensino, pela
educação, de uma maneira formidável, e estou-lhe chamando de professor por este
motivo, este poema de Martin Luther King deveria ser lido no Dia da Criança.
Não o lerei agora, mas cito a página para os colegas, é a página 39. Mas, de
qualquer forma, é a incoerência que está presente na vida do brasileiro, e nós
não vamos encontrar solução tão fácil. Eu acho que as pessoas precisam pesar
que o povo está massacrado, está vivendo dificuldades tremendas, que há negado
quando se pensa que toda a economia do Brasil vai bem. A economia em alguns
setores vai bem, mas em outros vai muito mal, e, de repente, vamos ter
surpresas com grandes organizações que aí estão e não estão mais podendo se
manter com essa inflação violenta e esse desrespeito dos Senadores, dos
Deputados, que querem aumentar o número de Senadores, o número de Deputados,
mas diminuir o tempo de trabalho, de terça a quinta-feira - quando vão. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Clóvis Ilgenfritz.
O SR. CLÓVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, de fato
já surtiu efeito muito bom, já valeu a pena, vai valer muito mais a pena abrir
esta discussão aqui na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, que tem-se
notabilizado em assumir propostas, não apenas aquelas que são atinentes a cada
Vereador, na defesa dos pequenos problemas de cada bairro, que tem sido trazido
aqui pelos Vereadores e tem toda a pertinência. Achamos que, diante do quadro
nacional, há necessidade de a Câmara assumir posturas, porque ela de fato está
representando o que de fato acontece com as pessoas, e as pessoas vivem é na
cidade, e a Câmara é o poder que mais representa a população, por estar
diretamente ligada. Os Vereadores são as pessoas que moram junto com os seus
representados, e nós sentimos na carne os efeitos da política dos governos, em nível
federal, às vezes, em nível estadual, e acho que os programas que estão
surgindo de defesa da cidadania, em nível nacional têm que receber o nosso
apoio, e mais do que isso, o nosso trabalho. A Câmara esta, através da Direção,
da Mesa e do Presidente, da iniciativa de alguns Vereadores, em especial o Ver.
Airto Ferronato, nos participamos também, fazendo um trabalho de entrosamento
de lideranças e de incentivo à criação de comitês de defesa da cidadania, que
são comitês contra a fome. Infelizmente, num comitê que foi formado em nossa
Cidade, com a participação de inúmeras entidades, somente a Câmara Municipal de
Porto Alegre estava fora. É difícil de entender que só a Câmara Municipal de
Porto Alegre estava fora quando nós reivindicamos isso: uma caixa de
ressonância e de iniciativas nesse sentido. Os organizadores esqueceram a
Câmara. Eu acho que isto deve ser motivo de preocupação nossa e a Mesa está
definindo algumas propostas para que esta Câmara, realmente, passe a fazer
parte da comunidade de Porto Alegre, seja representativa.
Sobre o Programa de Renda
Mínima que nós estamos distribuindo aos Srs. Vereadores, o Ver. João Dib disse
que com este tipo de legislador o Brasil nunca vai ir para a frente. Eu diria a
ele que com o tipo de reação que ele teve, com uma iniciativa que quer
redistribuir a renda, realmente, o Brasil não vai para a frente. E só o PPR,
neste sentido, manifestou esta posição, porque o PPR, ideologicamente, vive da
exploração dos trabalhadores. Existe isto, é histórico, está dentro da doutrina
do Partido a que o Ver. João Dib pertence, que antes era o PDS, agora é o PPR.
Uma proposta em que existam pobres e ricos, explorados e exploradores;
capitalistas e trabalhadores.
E quando um Senador da
Republica, dos mais respeitados deste País, que recebe o apoio de praticamente
todos os partidos representados pelos Senadores, Sr. Paulo Bisol, Fernando
Henrique Cardoso, Ronan Tito, Beni Veras, Nélson Vedekin e outros, no Senado
Nacional, o senhor, antes de ler o documento, vem para cá, pega uma frase solta
aqui e diz que leu tudo e faz uma crítica assim arrasadora. Mas foi bom, porque
se nós não tivéssemos a crítica do Ver. João Dib, a unanimidade seria tal que
nós até desconfiaríamos.
O Sr. João Dib: V.Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Ver. Clóvis Ilgenfritz, eu disse que não faço leitura dinâmica, que não li todo
o livro, mas li o suficiente para fazer a análise que eu fiz. E eu diria a
V.Exª que quando falar na doutrina partidária, não sei se conhece a doutrina do
PT, mas eu conheço a do PDS. E no programa do PDS está a participação do
trabalhador no lucro da empresa, só que nunca conseguiu fazer. Está no
Programa, direito de greve, tem todas as coisas de que precisa um País, para
que ele cresça e diria, até, independente de ser um membro do Partido
Progressista Reformador, antes PDS, que é o melhor dos programas que tem neste
País, e também por falta de coerência e até por falta de respeito, não é
executado. Não estou dizendo, agora, acho que tem que ter coerência. E isto aqui
é um dinheiro posto fora. Só não sei se lá tem o art. 81. Foi usado o
requerimento de urgência para que pudesse ser votado.
O SR. CLÓVIS ILGENFRITZ: Nós recebemos sua crítica como um elogio.
Há um proposta que está sendo colocada para discussão, que mandamos pedir ao
Senador Suplicy, através da nossa assessoria - o companheiro Júnior. Fizemos
uma distribuição desse material para os Srs. Vereadores, para algumas entidades
sindicais, para alguns setores interessados em contribuir alternativas que
possam ser redistribuidoras de renda nacional. Esse projeto tem uma sabedoria e
mexe com a questão estrutural, ideológica. Isso feriu ao Vereador que defende a
permanência do “status quo”. Que o Ver. João Dib faça crítica severas, até
admito, mas que ele não tenha nenhuma proposta de solução, é que ficamos sem
compreender.
Não tem proposta, acha que está mal, crítica e arrasa tudo o que é iniciativa, e não traz nenhuma solução. Aliás, quando estiveram no governo, só trouxeram, aborrecimentos. Os vinte e cinco anos de ditadura que o PDS, ARENA comandou, estão aí: uma dívida externa de cento e vinte, ou cento e quarenta bilhões de dólares. E, nós usando o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço para pagar a usura da dívida. Essa é a herança que o PPR deixa para nós, que o PDS deixou, que a ARENA deixou e que, agora, estão os trinta e dois milhões de brasileiros passando fome, sem emprego, na condição de miséria absoluta. Nove milhões de brasileiros passando fome, mesmo! Não têm três refeições por dia, e a maioria não tem uma? Aí, fazem, a distribuição de cestas básicas, como fez o Governo Collor, na época de eleições, para matar a fome, como se isso fosse suficiente. Nós estamos propondo a redistribuição da renda. O Imposto de Renda negativo usado de forma coerente. Os que ganham bem têm renda, têm lucro e pagam impostos, os que ganham menos do que um mínimo recebem este tipo de compensação. É lógico que é um programa de grande alcance social, de grande alcance econômico para o desenvolvimento, inclusive, da economia e o Vereador que defende a economia de mercado, que defende esse processo todo, principalmente do setor do capital, tinha que entender que não vai haver solução neste País se não houver a melhoria do poder aquisitivo dos trabalhadores, ou então, 130 milhões vão trabalhar para 20 milhões vivam bem. Os Estados Unidos, Canadá, Alemanha, etc. continuam, usufruindo da nossa mais valia também, como historicamente tem acontecido.
Então, Ver. João Dib, muito
obrigado pela crítica, continue assim porque vamos colocar na roda, é
importante sua participação, mesmo que seja crítica provocativa, seu
pronunciamento é bem-vindo. Vamos colocar essa discussão não só aqui, mas em
debates.
O Sr. João Dib: Dia 4 de agosto.
O SR. CLÓVIS ILGENFRITZ: Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Não há mais orador inscrito. Encerramos os
trabalhos.
(Encerra-se a Reunião às
11h18min.)
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